domingo, 14 de maio de 2017

MÃE

"Não sei porque você se foi....."
Mãe, que saudades, como dói saber que neste dia das mães não  estaremos juntas, que na próxima ceia de natal você não estará à mesa, que no meu aniversário, não terei o seu abraço. 
Mãe, nosso tempo juntas passou tão rápido. Eu lembro da minha infância, de você bonita e alegre, cuidando de mim e de meus irmãos, amparando-nos, protegendo. Depois a adolescência, eu na minha arrogância de jovem que quer mudar o mundo, não entendia mais você, mas preferia achar que você não me entendia. Mas sabe mãe, essa fase é complicada, crescer dói, então sei que você relevou e perdoou meus questionamentos meio sem sentido, minha puberdade por vezes rebelde.
Mas eu cresci, com a sua ajuda e apoio, cresci e me tornei uma mulher de bem. E então comecei a entender melhor as coisas e as pessoas. E você sempre ali, por perto respeitando meu espaço, meu porto seguro.
Ah mãe, saudades das nossas conversas, dos almoços festivos, das saídas pras compras, das festas de família.
Saudades do teu sorriso, da tua voz, do teu abraço, do teu amor. 
Saudades de você!
Ainda está muito difícil sabe? Eu tento amenizar, pensar que você está bem, num lugar bom, e que algum dia nos encontraremos. Normalmente dá certo, mas tem dias que tudo desanda.
E então vem uma tristeza, um choro do nada, solidão mãe. Sem você me sinto só!
Mas quero te dizer que você foi meu exemplo, meu norte, minha maior incentivadora. E que me orgulho em ser sua filha. 
Quero dizer também que a saudade me acompanhará para sempre, sua lembrança estará presente até o fim da minha vida, mas não precisa se preocupar, eu me ajeito, aos poucos a vida se ajeita.
E vou encontrar um meio de viver sem você presente, mas com você por perto. 
Mãe, você me deu a vida e me ensinou que a vida segue, que as chegadas e partidas são parte disso tudo. Então vou tentando sobreviver, consolar-me! Então eu sigo por mim, por você, por nós.
Esteja bem minha mãe e saiba que amo você e que meu amor é infinito.
Feliz dia das mães minha querida!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

TRAGÉDIA


Dezenas de jovens, atletas, sonhadores, idealizadores! Um número incontável de órfãos. Pais, irmãos, esposas, namoradas, filhos, torcedores, todos órfãos! 
E a pergunta de todos, porque?
Por que eles? Porque uma viagem que deveria ser festiva transforma-se numa tragédia de tamanha proporção?
Teriam sido escolhidos para outra festa, outro jogo, outra partida, outro rumo? Teriam cumprido sua missão, todos juntos, talhados no mesmo destino?
Queríamos entender, encontrar respostas, buscar sentido. E deve haver!
Mas, neste momento, somos todos tristeza e luto, somos todos solidários às famílias e amigos, aos chapecoenses, catarinenses, brasileiros, somos todos desolação!

Difícil entender, aceitar, acreditar. Complicado demais perceber o quanto a vida é tênue, o quão perto ronda-nos a morte! 
Mas, em meio a toda esta tragédia, somos levados a refletir sobre o tempo, a vida, a morte, o modo de viver, o amor e a sua importância.

Faz-nos pensar em abraçar mais, dizer obrigado, por favor, com licença. Reunir amigos e parentes, reconciliar-se consigo, com os outros, com Deus, com o mundo e com a vida!
Então, neste momento de consternação, choremos os mortos, sejamos solidários com suas famílias, desejando paz aos que se foram e conforto aos que ficaram.
E depois, mas não muito depois, levemos como lição o não deixar para depois. Porque amanhã pode ser muito tarde, pode ser que nem venha, ou que não nos encontre. Que a lição sirva para mostrar que a amizade vale a pena, que a vida é para ser vivida e o amor cultivado. 
Que tiremos um tempo para olhar o céu, o mar, o sol, a chuva. Que saibamos ouvir, falar, calar e enxergar. Que sejamos mais autênticos, mais justos e solidários. Que saibamos agradecer a cada momento, por cada acontecimento, bom ou ruim, pois tudo tem um porquê!
Que descansem em paz as vítimas da tragédia com o time da chapecoense. Que estejam com Deus e que Ele esteja com os seus!

(foto: Associação Chapecoense de Futebol)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

EMPATIA

Colocar-se no lugar do outro, como é difícil e complicado! Mas só assim para entendermos um pouco das mazelas alheias.
Tenho tentado, tenho praticado. Procuro tratar as pessoas como gosto de ser tratada e não fazer ao outro o que não quero que façam comigo.
Então cada vez mais me distancio das fofocas, das intrigas, das inimizades. E vou deixando de lado sentimentos pesados como rancor, mágoa, desejo de vingança.
Um aprendizado constante, de exercícios diários, com escorregadas, erros e acertos.
Mas continuo tentando!
Porque entendi que de outra forma não tem sentido. Como posso querer um mundo melhor se não me vejo no outro, se não tento entender seus sentimentos, conflitos, dores, dissabores. Como posso falar e não fazer nada?
Não, de outra maneira não pode ser!
Então já não sou de esquerda ou de direita, olho para ambos os lados, mas principalmente para frente! E tento olhar nos olhos, ouvir com atenção, observar sem analisar negativamente.
Mas ainda há muito que aprender. Como disse, exercício diário, mas por vezes extrapolo, falo sem pensar, vejo-me julgando como se esse direito eu tivesse.
Não, não tenho. Não posso julgar, discriminar, disseminar a ira. Assim como não posso endeusar ninguém.
Então, sempre que posso, coloco-me no lugar do outro, tento entendê-lo, suas razões e seus motivos. Caso não me convençam apenas me afasto, ignoro, sem julgamentos.
Caso resolva dar uma chance, faço sem pestanejar e, acaso me decepcione, deixo pra lá, afasto-o e me afasto.
Porque ainda acredito no ser humano, nas mudanças de atitude, nas oportunidades de melhorar. E eu, humana que sou, nem melhor nem pior do que ninguém, apenas procuro fazer a minha parte da melhor forma que puder. mas, caso me sinta traída, não esmoreço, nem critico, dou de ombros e deixo pra lá.
Melhor pra mim, pro outro, pros demais. Melhor para o mundo. 
E por acreditar num mundo melhor, procuro melhorar, devagar, mas com constância, porque antes tarde do que muito mais tarde! E sempre há tempo para aprender, praticar, errar e reparar, desculpar e pedir desculpas, amar e ser amado!
Só acho!

SENSATEZ


Sensata procuro ser, sem no entanto esmorecer, na calmaria da sensatez!
Dicotomia que me guia, impulsiona meu ser pensante, então, de sensata a delirante!
Mas a lucidez constante, por ora dá vez ao lúdico, meu eu tão consistente, transforma-se num ser errante!
De ideias e sentimentos controversos. De verso e prosa andante, de olhar penetrante ou de ver ao léu, o céu, sem semblante!
E na minha dualidade, vou vivendo a atualidade, lembrando que é possível igualdade, meu pensar teima em crer veracidade!
Já não busco a rima perfeita, nem a prosa de direita, ou que de esquerda espreita!
Já não sigo a mesma linha, de ontem, de amanhã ou de agorinha, posso voar como andorinha, no céu que se avizinha!
E se assim estou, também assim não sou, que de tudo um pouco buscou e apenas o pensar restou!
Então me vejo insensata, nessa fúria ingrata, da peleja inata, que por ora faz-se ata!
Mas meu ser leve, caminha suave, clama e pede por um mundo sem neve!
Que tudo seja quente, do nascer ao poente, que a paz seja presente, num tempo resplandecente!
Só assim veria o mundo, humano e soberano, e o ser bem mais profundo, crescendo a cada ano!
Sensatez que me atrai, e trai, pois na minha utopia, sou verso que distrai!
Quisera poder entender, como posso ainda crer, na gente poder se ater, no elevado poder do ser!
Mas creio e disso não me abstenho, e procuro e encontro, outros com o mesmo devaneio!
Eis que daí sensata minha alma jaz, na imensidão da paz, na igualdade dos desiguais, na diferença dos iguais!
E em meus versos conexos, meu pensamento se desconecta e me deixo levar pelo nexo, pela beleza da porta aberta!

terça-feira, 6 de setembro de 2016

QUANDO A PRIMAVERA CHEGAR

Quando a primavera chegar, a temperatura amenizar, o dia ensolarar, renascerei.
Jardins vão igualmente renascer, flores reviver, luar vai iluminar e o sol aquecer!
Meus passos estarão mais firmes, minha voz mais branda, meu pensar mais pensante, meu dia mais fascinante!
Quando a primavera chegar e o dia se alongar, a noite encurtar, meu coração voltar a pulsar.
No ritmo acelerado do vai e vem desenfreado, dos dias ensolarados!
Ah quanta beleza meus olhos verão, quantos sons meus ouvidos ouvirão, quanta inspiração!

E poderei olhar o mar, ouvir as ondas batendo na areia, casais enamorados, crianças animadas, correria de vida que ressurge.
Então escreverei meus versos e prosas, meu observar será compartilhado, minha alegria será retomada, minha vida, renovada!
Quando a primavera chegar, abrirei as janelas e portas, o coração e a mente, a alma! Sairei mais adiante, no meu buscar constante, de entender o que entedia!
Porque nada mais entediante, que uma mente borbulhante, num corpo estagnado, privado da liberdade, sem poder ir ou vir, no respaldar do inverno, olhando e nada vendo, espiando pelo fio de vida!
Entender faz-me crescer, ou apenas rebuscar, o que de mim ficou parado, o que de ti não tens falado. Entender não faço questão, muito menos de ter razão, contemplar e observar, essa é minha opção.
Então assim sigo trilhando, devagar quase parando, na linha tênue da vida, a primavera esperando.
Já não tarda a apontar, mais uns dias e ela virá, para então em mim brotar, a força para recomeçar!

VERSO

Verso que rima, combina
Ensaia na mente, consonante
Baila no papel, rapel
Foca no som, tom!

Verso que entoa, canoa
Que enlaça o coração, vibração
Que alcança a alma, calma
Versátil sem destoar, alegrar!

Verso que surge, urge
Entonação serena, pequena
Inquietação profunda, abunda
Voz que grita, agita!

Verso sem nexo, complexo
Pensamento constante, conflitante
Querer expressar doçura, lisura
Saber falar sem dizer, entender!

Verso que faz pensar, analisar
Poder de enaltecer, envaidecer
Capaz de entristecer, transparecer
Verso perdido no vento, tempo!




quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ELE SE FOI

E de repente ele se foi. E eu fiquei!
Sozinha, sem chão, sem saber o que fazer, o que falar, como agir. E agora? 
Foram 25 anos de um casamento que parecia sólido, mas pensando bem, todos os casamentos parecem sólidos, até ruírem. Mas ela nunca havia cogitado essa ideia. Não, com eles seria diferente. Envelheceriam juntos.
Afinal, tinham uma vida boa, viajavam, gostavam de fazer coisas juntos, olhavam-se e se viam, não tinha porque terminar. Mas terminou!
Num dia qualquer ele disse que queria separar. Queria uma nova vida, vida nova sem ela! Oi? Como assim, somos um casal, somos felizes, não existe você sem mim ou eu sem você!
Mas ele se foi.
Então os dias, as semanas, os meses que se sucederam foram de tortura, de penúria, de porquês. Ela queria entender, precisava saber, nada fazia sentido.
Acordar e ver o lado direito da cama vazio. O espaço vago no armário, no banheiro. O bolo, a sobremesa, o prato preferido dele. O vestido que ele gostava que ela usasse, as flores que cultivaram juntos, a casa que montaram, um lar. Nada mais dava prazer, ao contrário, tudo fazia sofrer.
Ah como explicar a saudade! O que fazer com essa repentina liberdade? Até quando suportar a dor da solidão, o vazio do nada...
Saudade do seu sorriso, seu cheiro, seu gosto. Saudade do seu beijo, do seu toque, da sua luz.
Saudade até das tuas manias, das broncas, do mau humor repentino.
Mas ele se foi. E ela ficou. E com ela ficaram as lembranças, a angústia, o choro abafado, as noites mal dormidas, os dias mal vividos.
E com o passar do tempo o coração e a alma foram se acalmando, tudo aos poucos foi se ajeitando. Ainda falta muito para ela se acostumar a viver sem ele, mas isso já não assusta tanto. Ainda o ama, mas é um amor libertador, que quer vê-lo feliz, mesmo que seja sem ela. Ainda há muito a viver, a fazer, a conhecer.
E ela sabe que vale a pena viver. Então, de pouco em pouco vai reaprendendo, recomeçando, reinventando-se. Haverá o dia em que olhará para trás sem sofrimento, está trabalhando para isso.
Por enquanto ainda dói, mas a ferida está cicatrizando.
Ele se foi e ela está aí, preparando-se para retomar a vida sem ele!E tem feito belos progressos.
E está no rumo certo! Porque sabe que viver é maravilhoso e que amar a si, o amor próprio, é o maior de todos os amores!